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A Ativação do Direito à Saúde em um Contexto Sem Reconhecimento Constitucional: Análises e Propostas

  • lucascarvalhoal
  • 12 de jun. de 2024
  • 4 min de leitura

Este artigo analisa as implicações da ausência de reconhecimento constitucional do direito à saúde, explorando as perspectivas iusnaturalistas e iuspositivistas. No cenário em questão, um indivíduo enfrenta dificuldades para acessar serviços de saúde devido à falta de reconhecimento jurídico desse direito. A visão iusnaturalista considera o direito à saúde inerente à dignidade humana, enquanto o iuspositivismo defende que direitos só existem quando formalmente codificados. Para resolver o problema, propõe-se uma abordagem multifacetada: advocacy e mobilização social para pressionar por mudanças legislativas, litigância estratégica para reivindicar direitos implícitos, e parcerias com ONGs e organismos internacionais para obter apoio e pressão diplomática. Essas estratégias buscam garantir a efetiva proteção e reconhecimento do direito à saúde, mesmo sem seu formal reconhecimento constitucional.

Introdução


A saúde é um dos pilares essenciais para a dignidade humana, sendo amplamente reconhecida como um direito fundamental em diversas constituições e tratados internacionais. No entanto, em um cenário hipotético onde o direito à saúde não é constitucionalmente reconhecido como um direito fundamental, surgem diversas questões sobre a proteção desse direito e o papel dos indivíduos na reivindicação de sua saúde como parte de seus direitos subjetivos. Este artigo analisa, sob as perspectivas iusnaturalistas e iuspositivistas, o que poderia acontecer em tal Estado, e propõe uma solução para o caso de um indivíduo que necessita ativar seu direito à saúde.


Desenvolvimento do Caso


Identificação dos Dados Importantes


Neste cenário, temos um Estado onde o direito à saúde não é constitucionalmente reconhecido como um direito fundamental. Um indivíduo precisa acessar serviços de saúde, mas enfrenta obstáculos devido à falta de reconhecimento jurídico explícito desse direito. A análise será conduzida com base nas correntes iusnaturalistas e iuspositivistas para entender as possíveis implicações e soluções.


Contextualização do Problema


O problema central é a ausência do direito à saúde como um direito fundamental constitucionalizado, o que implica que o indivíduo não pode reivindicar legalmente esse direito com base na constituição do Estado. Este cenário coloca em risco a proteção da saúde, criando uma lacuna entre a necessidade do indivíduo e a responsabilidade do Estado. A ausência de tal reconhecimento compromete a garantia de um dos direitos mais básicos e essenciais para a manutenção da dignidade humana e o bem-estar social.


Perspectiva Iusnaturalista


A corrente iusnaturalista defende que os direitos humanos são inerentes à natureza humana, independentes do reconhecimento formal pelo Estado. Assim, o direito à saúde seria um direito natural, derivado da dignidade humana e da necessidade de bem-estar físico e mental. Nesta visão, a falta de reconhecimento constitucional não elimina a existência desse direito, apenas dificulta sua implementação. Segundo essa perspectiva, a saúde é um direito intrínseco que deveria ser respeitado e protegido pelo simples fato de ser parte da condição humana.


Perspectiva Iuspositivista


Por outro lado, o iuspositivismo sustenta que os direitos existem apenas quando positivados, ou seja, formalmente reconhecidos e codificados em leis e constituições. Sem o reconhecimento formal do direito à saúde, este não pode ser legalmente reivindicado, colocando os indivíduos à mercê da boa vontade do Estado ou de políticas públicas. Na visão positivista, a ausência de codificação legal do direito à saúde resulta em um vácuo jurídico, onde a proteção desse direito depende exclusivamente das decisões políticas e administrativas.


Proposta de Solução


Para resolver o problema do indivíduo que necessita ativar seu direito à saúde, uma abordagem multifacetada pode ser adotada:


Advocacy e Mobilização Social


Promover campanhas de conscientização para pressionar o Estado a reconhecer formalmente o direito à saúde. A mobilização social pode levar a mudanças legislativas e à inclusão do direito à saúde na constituição. Esse movimento pode ser impulsionado por uma coalizão de cidadãos, organizações não governamentais e ativistas, que juntos podem criar um ambiente político favorável para a adoção de mudanças legais.


Litigância Estratégica


Utilizar o judiciário para reivindicar o direito à saúde com base em outros direitos fundamentais já reconhecidos, como o direito à vida e à dignidade. Embora o direito à saúde não seja explicitamente reconhecido, ele pode ser implicitamente protegido através de outros direitos. Advogados e defensores dos direitos humanos podem apresentar casos estratégicos aos tribunais, argumentando que a falta de acesso à saúde viola direitos fundamentais já positivados.


Parcerias com ONGs e Organismos Internacionais


Buscar apoio de organizações não governamentais e organismos internacionais que possam fornecer recursos, apoio legal e pressão diplomática para que o Estado reconheça e proteja o direito à saúde. Essas entidades podem oferecer assistência técnica, financiamento e advocacia, ajudando a criar um consenso internacional que pressione o Estado a cumprir suas obrigações de direitos humanos.


Compreensão Adequada dos Conteúdos e Uso de Conceitos


A análise utiliza adequadamente os conceitos de iusnaturalismo e iuspositivismo, demonstrando a relevância de cada corrente para o problema em questão. A proposta de solução reflete uma compreensão profunda dos desafios e possibilidades dentro de um sistema jurídico que não reconhece formalmente o direito à saúde. Ao abordar o problema por múltiplas frentes, a solução proposta evidencia uma abordagem integrada e prática para superar as limitações jurídicas presentes.


Contribuições Pessoais de Qualidade


A abordagem proposta integra uma análise crítica das teorias jurídicas e apresenta soluções práticas e inovadoras para a ativação do direito à saúde. A inclusão de estratégias de mobilização social e litigância estratégica destaca a criatividade e a adaptabilidade necessárias para enfrentar o problema. Além disso, a proposta demonstra uma capacidade de articulação entre teoria e prática, oferecendo caminhos viáveis para a efetivação do direito à saúde em contextos desafiadores.


Relacionamento de Informações, Teorias e Aplicação Prática


O artigo demonstra capacidade de relacionar teorias jurídicas com a aplicação prática, propondo soluções que são viáveis tanto no contexto teórico quanto no prático. A integração de conceitos teóricos com estratégias práticas reforça a robustez da análise e das propostas apresentadas. A articulação entre as diferentes abordagens permite uma compreensão ampla e detalhada do problema, fornecendo uma base sólida para a implementação das soluções sugeridas.


Conclusão


A ausência do reconhecimento constitucional do direito à saúde representa um desafio significativo para a proteção dos direitos humanos. No entanto, através de uma análise aprofundada das correntes iusnaturalistas e iuspositivistas, é possível identificar caminhos para ativar e proteger esse direito. A mobilização social, a litigância estratégica e as parcerias internacionais emergem como soluções viáveis para garantir que o direito à saúde seja efetivamente reconhecido e protegido, mesmo em um contexto em que ele não é formalmente constitucionalizado. Essas estratégias oferecem um plano abrangente para superar as barreiras jurídicas e assegurar que todos os indivíduos tenham acesso aos cuidados de saúde necessários para uma vida digna e saudável.

 
 
 

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